Decidi liderar uma candidatura à Câmara
Municipal de Viseu nas próximas eleições autárquicas, apoiada pelo meu partido,
o CDS – Partido Popular.
1.
Antes
de mais, esta candidatura decorre de um impulso pessoal. Viseu é a minha terra.
É nela que está o meu passado e o meu presente, e é nela que sempre estará o
meu futuro. Foi na sua vida associativa que iniciei a minha participação na
vida pública, e foi devido a esta participação que um dia senti o chamamento da
política como exercício de serviço ao próximo. Nada me honrará mais do que
protagonizar uma proposta ambiciosa e abrangente de dinamização e projecção
nacional e internacional de Viseu. Por outro lado, a participação autárquica
implica uma grande proximidade com os eleitores, o que a torna especialmente
nobre, exigente e recompensadora. É precisamente nesse tipo de actividade que
me sinto mais realizado: a política faz
mais sentido quando é feita rua a rua, porta a porta, olhos nos olhos.
2.
Fiz
nos últimos meses um trabalho de auscultação e troca e ideias com as pessoas do
meu partido e com muitas das personalidades com maior relevância na vida
económica, cultural e social do concelho. Confirmei que existe um sentimento
comum e generalizado de grande desilusão com o poder político autárquico
vigente, que foi incapaz de acompanhar a modernidade da sociedade civil da
cidade e da sua região, impedindo que esta tivesse um maior vigor económico,
social e cultural, e promovendo um ciclo vicioso de desemprego, declínio e
abandono de gerações qualificadas. A sociedade
de Viseu tem a clara convicção de que há muito se esgotou o projecto das
últimas duas décadas, assente em obras públicas tantas vezes inúteis e sumptuárias,
sem qualquer concepção global e contemporânea de desenvolvimento.
3.
A candidatura que protagonizo pretende representar
a massa crítica livre e independente que existe em Viseu, e a sua vontade de operar uma
verdadeira mudança no estilo e no conteúdo da liderança política da região.
Atravessámos vinte e quatro anos de um modelo em que o PSD tentou
permanentemente ser o dono de toda a vida do Concelho, desconfiando do
dinamismo da sociedade civil e resgatando a sua liberdade com base numa cultura
de favorecimento. É urgente, hoje, que o
poder de Viseu se desloque da Câmara Municipal para a livre iniciativa dos
agentes económicos, culturais e da solidariedade social, através de um novo
espírito de associativismo, parceria e partilha de recursos.
4.
Esta
urgência é absolutamente evidente tendo em conta que o modelo do passado, que
dependeu fundamentalmente de dinheiros públicos (transferências do Orçamento do
Estado e tributação municipal alta), é inviável no presente e no futuro, face à
crise económica e à ajuda financeira externa que o Estado teve de solicitar. É hora, pois, de a projecção de Viseu se basear
na força, talento e independência das suas pessoas, empresas e instituições.
5.
Por
estes motivos, a minha candidatura dará prioridade
à defesa de uma política integrada e coerente de atracção de investimento, que
transforme o Município num parceiro pró-activo, empenhado e descomplexado da
promoção da criação de riqueza e emprego. A competitividade económica não
será uma simples política sectorial, porque ela é um pressuposto essencial de
todo o progresso da região: só com mais
desenvolvimento económico Viseu terá também mais desenvolvimento social e
cultural.
6.
A cultura será outra das prioridades da
candidatura. As
indústrias culturais e criativas são actualmente um segmento da actividade
económica com maior capacidade de gerar postos de trabalho, massa crítica
independente, e de estimular todos os demais sectores de actividade. Para além
disso, a efervescência artística é sem dúvida um factor de distinção e
projecção das cidades, e um elemento da sua qualidade de vida. Desejo promover
uma minha candidatura que possibilite parcerias entre o Município e as
instituições culturais privadas e públicas (municipais e estatais) e com as
empresas locais e nacionais para a elaboração de programações originais, com
relevância nacional e internacional, que elevem a reputação da cidade, a adesão
de novos públicos, a afluência de novos visitantes, e a própria actividade
económica da região.
Nenhuma das
candidaturas até agora apresentadas mostrou capacidade ou vontade de operar uma
mudança real, ou sequer uma estratégia para enfrentar os verdadeiros desafios
que se nos colocam. O candidato do PSD
será sempre o candidato da mesma máquina partidária que defende o modelo de
desenvolvimento caduco que urge ultrapassar. O candidato do PS será sempre o
candidato do partido que defende o modelo insustentável que levou Portugal à
bancarrota. Também por isto sinto que, com o apoio do meu partido e
protagonizando uma candidatura aberta a personalidades independentes, tenho a
responsabilidade de apresentar uma alternativa credível aos viseenses. Uma
candidatura que lhes não venda ilusões, antes que lhes dê esperança e
entusiasmo.
Hélder
Amaral,
Viseu, 23 de Maio de 2013
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